(El País, 03/04/2014) Habiba Sarabi (Mazar-i-Sharif, 1956) é a política mais relevante do Afeganistão. Pertencente à minoria hazara, esta médica hematologista trabalhou na reconstrução de seu país desde a derrocada dos talibãs. Antes de unir à candidatura à presidência de Zalmay Rassoul, foi durante oito anos governadora provincial de Bamiyán. Anteriormente, era ministra de Assuntos da Mulher e titular de Educação e Cultura.
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Pergunta. Qual é a diferença entre a sua candidatura e as demais?
Resposta. Inclui uma mulher, não temos nenhum senhor da guerra e nenhum dos três [integrantes da candidatura] somos corruptos.
P. Que oferece às mulheres?
R. Quero trabalhar na legislação, porque as leis promovem a mudança para a vida das mulheres. Também quero formar um grupo de pressão para que respalde no Parlamento as iniciativas de empoderamento econômico das mulheres. Além disso, estabelecer um comitê que assessore [em assuntos da mulher] à presidência e a vice-presidência.
P. Apoia as conversas de paz com os talibãs?
R. Sem conversas não há possibilidade de paz. Temos que falar. Mas se não conseguimos sucesso com a negociação, terá que tomar outras decisões.
P. Não teme que essa paz se consiga a expensas dos direitos da mulher?
R. Na Constituição, os direitos da mulher estão claros. Não é uma moeda de troca. Temos que os salvaguardar.
P. A sociedade afegã está preparada para a igualdade entre homens e mulheres?
R. Sem dúvida, viajei de Kandahar a Helmand, Jalalabad, Kunduz, Baghlan e outras regiões. Ontem estive em Mazar-i-Sharif. E não encontrei nenhuma reação negativa. O que significa que nestes 12 anos, os afegãos, e em especial os homens, entenderam que as mulheres são parte da sociedade.
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