(Folha de S.Paulo/O Estado de S. Paulo) Frases de Marina Silva destacadas pela Folha:
“Eu acho que algumas décadas vão revelar o quanto foi consistente o trabalho que foi feito durante os cinco anos em que estive no governo”
“Eu acho que a gente tem que acabar com essa visão niilista de fazer política desconstruindo tudo”
“O Brasil pode ser economicamente próspero, socialmente justo, culturalmente diverso e ambientalmente sustentável”
“As pessoas têm que começar a entender que os presidentes da República são seres humanos, biologicamente constituídos como qualquer ser humano”
“Eu apenas creio em Deus e creio que Deus criou todas as coisas. É isso, quem crê em Deus é assim. Não tenho uma teoria para fundamentar isso”
“Gosto de ficar em casa, de fazer artesanato, ir à igreja, conversar com meus amigos. Principalmente de ler. Leio sobre educação e psicologia, mas principalmente psicanálise. Sou uma apaixonada pela psicanálise”
“Sou movida a fé e determinação. A fé para remover as montanhas que não posso escalar e a determinação para não deixar de escalar aquelas que não devo transferir para a fé”
“Não tenho uma visão nem panteísta nem animista da natureza. Tenho uma visão de respeito pela natureza e pelas outras formas de existência”
Às vésperas do lançamento oficial de sua candidatura à Presidência pelo Partido Verde, Marina Silva recebeu destaque nas edições dominicais dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo, com matérias de duas páginas que apresentaram entrevistas, fotos e textos contando a trajetória pessoal e política da senadora.
Leia a seguir trechos da reportagem da Folha:
“A filha da floresta – senadora, que oficializa hoje sua pré-candidatura à Presidência pelo PV, nasceu em seringal no Acre, fez a carreira política na luta ambiental e foi ministra de Lula até 2008, quando saiu após seguidas derrotas no governo.”
“‘Marina sempre foi a mais desembaraçada’, lembra o pai, Pedro, 82, orgulhoso da ‘coragem dela de enfrentar essa barra’ – a disputa eleitoral. Quando a filha tinha menos de cinco anos, ele caminhou 22 horas em um dia para buscar as ’45 injeções’ que a curaram de uma leishmaniose.
“Aos 14 anos, depois de perder a mãe e ver a irmã mais velha se casar, a adolescente acabou assumindo o papel de chefe da casa, enquanto o pai passava o dia trabalhando no seringal. ‘Eu ia e voltava da cidade com meus irmãos’, lembra ela, que os levava na tentativa de curar doenças como malária e meningite. Muitas vezes, precisava caminhar 11 horas com um irmão no colo para chegar às margens do rio Acre e pegar um barco para Rio Branco.”
“Aos 16 anos, já estava decidida a se mudar para a capital. Queria cuidar da saúde, estudar e seguir o que acreditava ser sua vocação – tornar-se freira. Àquela altura, a jovem que aprendera as quatro operações da matemática em uma noite para não ser enganada pelos compradores de látex ainda não sabia ler e escrever.”
“Em quatro anos, Marina foi do analfabetismo ao vestibular, passando por um curso supletivo. O sonho de ser noviça durou dois anos e oito meses. Ela se digladiava com a polêmica entre freiras conservadoras e progressistas.
As primeiras tachavam de comunista quem era ligado às Cebs (Comunidades Eclesiais de Base), incluindo o bispo e o sindicalista Chico Mendes. ‘Aquilo me incomodava porque sabia que o que o bispo comunista e o Chico Mendes comunista faziam era defender os seringueiros e os índios’, diz.”
“Em 1985, Marina entrou no PT. (…) A ascensão meteórica fez dela a primeira vereadora de esquerda de Rio Branco, em 1988. Dois anos depois, foi a deputada estadual mais votada. (…) Aos 36 anos, em 1994, foi eleita a mais jovem senadora da República.”
“A convicção religiosa já lhe rendeu a pecha de intransigente por ser contra pesquisas com células-tronco provindas de embriões e contra a descriminalização do aborto.”
“A filiação ao PV já estava engatilhada e foi formalizada dias depois de ela ter deixado o PT. Marina crê que sua pré-candidatura pressionou as demais a dar mais ênfase à questão ambiental. ‘O tema passou a fazer parte da agenda política dos partidos, que anteriormente não o estavam colocando com esse nível de importância.'”
Leia também:
Marina propõe plebiscito sobre maconha e aborto (O Globo – 19/05/2010)
Força da natureza, editorial (Folha de S.Paulo – 18/05/2010)
Marina se lança com ofensiva na periferia / “Defendo uma Constituinte exclusiva para reformas” (O Estado de S. Paulo – 16/05/2010)
Luta por uma candidatura sustentável (O Estado de S. Paulo – 16/05/2010)
Perfil Marina Silva – A filha da floresta (Folha de S.Paulo – 16/05/2010)