(Folha de S. Paulo, 31/03/2016) A juíza estadual Tatiane Moreira Lima, atacada e ameaçada de morte por um homem no fórum do Butantã (zona oeste de São Paulo), disse que esse episódio não fará com que ela abandone seu trabalho. Tatiane afirma que os danos físicos e emocionais foram mínimos e que espera que os momentos ruins que viveu na tarde de quarta-feira (30) possam se transformar em algo bom para os colegas de profissão.
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“Não vou deixar que um maluco impeça que eu faça o meu trabalho, que eu exerça a minha função. Um trabalho que eu amo tanto, a que eu me dedico muito, essa causa da violência doméstica. Então, uma pessoa só não pode apagar um trabalho que beneficia uma série de pessoas”, disse ela em uma mensagem de voz distribuída por aplicativo de celular.
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Na gravação, com dois minutos e vinte segundos, a magistrada abre seu recado agradecendo todas as manifestações de carinho desde que a notícia começou a circular. Tatiane disse ter se sentido “abraçada”, “querida” e “muito confortada”.
“Graças a Deus os danos físicos foram mínimos, e os danos emocionais também. Felizmente”, disse. A magistrada disse ainda que sentiu-se “parte de um corpo”, em referência à magistratura, e que precisa ter sua atuação “garantida realmente, com maior segurança, melhores condições de trabalho”.
“Eu agradeço muito todo o carinho, e todo o apoio que vocês têm dado. Fico muito feliz que essa situação difícil que eu vivi, ruim, muito difícil mesmo, possa se tornar algo bom e possa beneficiar toda a nossa carreira. Porque expõe um risco que a todos nós estamos sujeitos”.
AGRESSOR
Conhecido como Alfredinho pelos vizinhos, o responsável pela agressão à juíza, técnico em química, mora em uma casa simples de uma rua de classe média baixa em Pirituba, na zona norte de SP.
Vizinhos relataram à reportagem que não haviam presenciado qualquer comportamento violento anterior. Até ser preso em flagrante na quarta, Santos tinha passagens pela polícia por crimes de menor potencial ofensivo.
Rogério Pagnan
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