(G1, 06/07/2016) Aiace Félix não conseguiu denunciar agressão na Deam, em Salvador. Delegada atesta que local não é exclusivo para atender ‘Maria da Penha’.
A policial da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) que não registrou a agressão contra a cantora Aiace Félix, da banda Sertanília, “cometeu uma falha funcional”. A informação é da delegada titular da unidade, Helenice Nascimento. Ela ressaltou, em entrevista ao G1, que a agente será ouvida e pode ser punida com advertência e até mesmo uma suspensão.
“A Deam acolhe a todas as mulheres vítimas de violência, não só as amparadas pela Lei Maria da Penha. Essa recomendação já é de conhecimento de todos [os agentes da unidade]. Houve falta funcional a partir do momento que não foi dado suporte à vítima. Vai ser instalado um procedimento. Vamos procurar avaliar o que ocorreu”, informa.
Um dia após o crime, Aiace Félix relatou ao G1 que logo após às agressões foi a Deam, no bairro de Brotas, porque acreditava que o caso deveria ser registrado na unidade especializada. “Quando cheguei lá, a moça que nos atendeu informou que não poderia registrar, porque eu não tinha vínculo com meu agressor. Na delegacia da mulher só registra caso com base na Lei da Maria da Penha. Ela nos orientou a buscar a delegacia do bairro”, conta Aiace.
A delegada Heleneci Nascimento atesta que a policial que atendeu a cantora poderia ter registrado o caso. “Ela poderia ter feito o registro e adotado as primeiras medidas. Se por algum motivo ela identificasse que a delegacia do bairro desenvolveria melhor o trabalho, ela poderia comunicar à delegacia e seria um trabalho de parceria”, atesta.
Heleneci acrescenta que a policial que atendeu ao caso tem bastante experiência na delegacia e que será ouvida para esclarecer o caso.
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