A informação de que um em cada três brasileiros considera que a culpa pelo estupro é da própria mulher que sofreu a violência sexual traduz em números a essência da cultura machista que ainda impera no Brasil. A avaliação é da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres – SPM, do Ministério da Justiça e Cidadania.
(SPM, 21/09/2016 – acesse no site de origem)
Os dados foram divulgados hoje pelo Instituto Datafolha e reforçam a necessidade de mudança nos conceitos que colocam as mulheres em posição de inferioridade em relação aos homens e que impõem controle sobre o corpo e o comportamento das mulheres.
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Nesse sentido, a SPM concentra seus esforços, basicamente, em duas direções: no acolhimento e apoio às mulheres vítimas de violência, por meio da Rede Nacional de Enfrentamento à Violência; e na desconstrução da sociedade machista em que vivemos, na perspectiva de uma convivência igualitária e fraterna entre gêneros.
Da primeira diretriz, fazem parte as secretarias de Segurança Pública, Delegacias da Mulher, Ministério Público, Juizados Especiais, Defensoria Pública, segmentos da sociedade civil organizada e os Governos, nas três esferas de Poder.
Na outra diretriz, as ações buscam a transformação do pensamento coletivo que condena a vítima, da cultura do estupro e dos julgamentos que mantém as mulheres em condições de desigualdade de direitos, por meio da Educação de crianças e jovens, de capacitação das mulheres para o mercado de trabalho e autonomia financeira, do incentivo às mulheres empreendedoras e do empoderamento das mulheres.
A SPM defende que o trabalho de combate aos crimes e preconceitos de gênero são de responsabilidade de toda a sociedade e a escola é instrumento indispensável de transformação, pois a Educação é o meio para a construção de um mundo melhor para as futuras gerações.