Cartilha foi lançada nesta terça-feira (25) na Maternidade Bárbara Heliodora. Material aborda alguns tipos de violências sofridas por mulheres durante o parto
(G1 Acre, 26/06/2019 – acesse no site de origem)
Violência verbal e emocional, abusos físicos, intervenções desnecessárias e até procedimentos sem a permissão da paciente. Esses são alguns dos exemplos de violência obstétrica citados na cartilha Diretos da Mulheres no Parto, lançada pelo Ministério Público do Acre, nesta terça-feira (25).
O lançamento foi feito na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e contou com a participação de membros do MP, direção da unidade e grávidas.
Toda mulher tem direito a assistência de saúde digna e respeitosa em toda gestão ou durante o parto, inclusive em casos de aborto. Mas, nem sempre os atendimentos é humanizado e o sonho de se tornar mãe vira um pesadelo.
O material pretende alertar também os profissionais de saúde sobre os direitos das mulheres durante o parto. De acordo com cartilha, uma a cada quatro mulheres sofrem violência física ou verbal durante o parto.
“A ideia surgiu a partir da audiência pública que realizamos em setembro do ano passado. Precisávamos difundir informações, realizar o diálogo e debater sobre a questão da violência obstétrica. Então, consolidamos isso em uma cartilha com essas finalidades, de fazer o debate com a população e levar as informações a todos e, através do conhecimento, eliminar a prática da violência”, contou o promotor de Justiça Gláucio Ney Shiroma Oshiro.
Tipos de violência
A cartilha descreve as principais violências obstétricas relatadas pelas mulheres durante os atendimentos. Entre elas estão abuso físico, violência verbal e emocional, discriminação, além de intervenções desnecessárias e até sem o consentimento da grávida.
“Como por exemplo, um parto cirúrgico desnecessário, uma episiotomia também sem indicação clínica, mas também infantilizando o tratamento da paciente, tratando com modos ríspidos, com piadas, grosserias, não fazendo o acolhimento humanizado necessário”, ressaltou o promotor.
As cartilhas foram entregues para gestantes que estavam na maternidade, para que conhecem o tema e denunciem os casos de abusos.
“O tema violência obstétrica é nacional, polêmico e acho que esse é o primeiro passo para se iniciar as discussões a respeito disso e para chegar aos consensos. As pessoas têm medo de discutir esse tema, mas achamos que a gestão trazendo demonstra maturidade sobre isso”, acrescentou o diretor da maternidade Wagner Barcelar.
Quésia Melo