(Universa | 23/07/2021 | Por Camila Brandalise)
Mesmo com o risco do aumento da violência contra a mulher durante a pandemia, o governo federal registra o menor investimento em programas para a população feminina desde, pelo menos, 2015, quando a área perdeu o status de ministério e se tornou uma secretaria no governo de Dilma Rousseff (PT). Atualmente, a Secretaria de Políticas Nacionais para Mulheres é vinculada ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves.
Segundo levantamento do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) obtido com exclusividade por Universa, em 2020 a secretaria teve o maior valor autorizado para ser gasto desde 2017, R$ 124,3 milhões, mas a verba efetivamente usada foi de R$ 36,5 milhões, a mais baixa em cinco anos. E, segundo a pesquisa, 2021 caminha para alcançar um patamar ainda menor. Nos primeiros seis meses deste ano, foram gastos R$ 13,9 milhões, 11 pontos percentuais a mais do que no mesmo período do ano passado, mas R$ 1,47 milhão a menos.
Uma das principais políticas públicas na área, a Casa da Mulher Brasileira foi a que mais sofreu impacto, recebendo somente 2,6% da verba autorizada para 2021 até agora: dos R$ 25,5 milhões disponíveis, foram gastos R$ 672 mil.
A análise foi feita a partir de levantamento de dados disponíveis no portal Siga Brasil, sistema de informações sobre orçamento público federal disponível no site do Senado. Todos os números tiveram inflação corrigida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), para garantir que os dados fossem comparáveis.