(segs | 28/07/2021 | Por Betania Lins)
Conduzido pela NOZ Pesquisa e Inteligência em parceria com o Instituto Bem do Estar, o mapeamento “Ser Mulher: a saúde da mente delas” – realizado entre março e maio de 2021 com 809 mulheres de diferentes faixas etárias e regiões do país – investigou o impacto do isolamento social no cotidiano feminino. O levantamento contou com o apoio da organização PHI (Philantropia Inteligente).
No capítulo “Desafios femininos potencializados pela pandemia”, a pesquisa mostra que 81% das entrevistadas afirmaram ser mais ou muito mais difícil e desafiador conciliar a maternidade e a vida profissional neste contexto da crise sanitária (percentual de 86% entre as casadas). Na análise dos sentimentos, 84% estão excessivamente preocupadas (muito mais) e 65% estão sem ânimo para atividades (muito mais). A culpa excessiva é constante para 45%. A íntegra da pesquisa está disponível no site https://www.bemdoestar.org/ser-mulher-saude-da-mente-delas.
A multiplicidade de papéis impostos pela sociedade às mulheres é um dos principais fatores do adoecimento psicológico feminino. Com tanta pressão externa e interna para cumprir demandas diversas, as brasileiras acabam “sufocadas”, sobretudo, pela culpa. A dupla jornada – em especial, entre as mulheres casadas e as empreendedoras – afeta muito a vida e a saúde feminina. À lista de preocupações somam-se os problemas sociais como assédio moral e remuneração desproporcional. A sobrecarga ficou ainda mais clara entre as mães na pandemia, sendo evidenciada pela falta de divisão dos trabalhos domésticos e da gestão dos estudos e do cotidiano dos filhos. Essa dose extra de tarefas potencializa o risco de elas desenvolverem problemas psicológicos como ansiedade, transtornos alimentares, depressão e transtornos associados ao ciclo reprodutivo. Essas são algumas das conclusões da pesquisa Ser mulher: a saúde da mente delas, conduzida pela NOZ Pesquisa e Inteligência em parceria com o Instituto Bem do Estar; o apoio é da organização PHI (Philantropia Inteligente).
A pesquisa integra a campanha Ser Mulher – a saúde da mente delas, cuja proposta é abrir espaços de conversas e reflexões sobre a mulher e as questões que envolvem a saúde da mente feminina. “Para fomentar e qualificar esse diálogo, criamos um conteúdo diverso produzido por especialistas multidisciplinares; entrevistas com mulheres plurais, em diferentes plataformas. E, em parceria com a NOZ Pesquisa e Inteligência, conduzimos uma pesquisa visando gerar dados que deem suporte para uma reflexão qualificada, além de impulsionar o debate, a escuta ativa e a troca de experiências”, afirmam as coordenadoras do levantamento, acrescentando que o estudo possui o intuito de entender melhor o cenário da saúde da mente das mulheres que vivem no Brasil, os anseios e as dificuldades delas, além de proporcionar às participantes a oportunidade de olhar para os próprios sentimentos e as próprias sensações.