‘Assumi minha raça no Tribunal’: duas desembargadoras negras refletem sobre o racismo no Judiciário

21 de novembro, 2023 O Globo Por Cássia Almeida

Trajetória de duas desembargadoras negras mostra avanço da diversidade no Judiciário, mas a condição de exceção indica efeito limitado da reserva de vagas, aperfeiçoada recentemente pelo CNJ. Pretos e pardos não chegam a 15% da magistratura

Em dezembro de 2019, a juíza Maria Ivatônia Barbosa tomava posse como a primeira desembargadora negra no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT). Foi um avanço. Mas ela continua a ser uma entre poucos pares pretos e pardos num país de maioria negra.

No andar de cima do Judiciário, pouco menos de 10% dos desembargadores brasileiros são negros, segundo o Diagnóstico Étnico Racial do Poder Judiciário que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou em setembro.

— Não se pode negar o aumento na composição — observa a desembargadora. — Mas é evidente que a Justiça ainda é branca, masculina e de classe média alta. É desse lugar que fala o juiz no Brasil.

A participação negra no Judiciário — onde estão as carreiras mais bem pagas do serviço público — tem permanecido sem muitas alterações nos últimos anos. Segundo o diagnóstico do CNJ, em 2013, quando foi feito o Censo do Poder Judiciário, a parcela de negros na magistratura era de 15%, mesmo patamar dos atuais 14,5% pelo levantamento e 14,9% segundo dados parciais da edição deste ano da pesquisa, ainda em curso.

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