Dia 3 de maio de 1933 merece ser celebrado, diz historiadora; ruptura foi menor do que usualmente se afirma, avaliam cientistas políticos
Em maio de 1890, a jornalista e dramaturga paraibana Josefina Álvares de Azevedo levou a um teatro do Rio de Janeiro uma montagem de “O Voto Feminino”, encenação de um texto assinado por ela. Na peça, casais de amigos da elite do então Distrito Federal discutem, em meio a ironias, os direitos das mulheres.
Ao ridicularizar a chance de avanço feminino na seara política, os homens são rechaçados pelas mulheres. “Fique certo de que o domínio das calças está pra acabar”, diz Inês, a mais veemente das personagens.
Para a decepção de Azevedo, uma das precursoras do feminismo no país, o “domínio das calças”, uma referência ao sufrágio exclusivamente masculino na recém-instalada República brasileira, prevaleceu por mais quatro décadas.