Número de feminicídios no estado de São Paulo sobe 26% em 2018

08 de janeiro, 2019

Levantamento do MP mostra que quase metade dos crimes foi causada porque os ex-companheiros não aceitavam o fim do relacionamento.

(G1, 08/01/2018 – acesse no site de origem)

O número de feminicídios no estado de São Paulo subiu 26,6% em 2018, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Foram registrados 119 casos de janeiro a novembro de 2018, contra 94 no mesmo período do ano anterior. O crime ocorre quando a vítima é morta pela condição de ser mulher.

Apenas na primeira semana de 2019, cinco casos de feminicídio e outras tentativas já foram registrados no estado.

Um levantamento realizado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) mostra que em quase metade dos casos (45%) o crime foi cometido que o ex-companheiro não aceitou o fim do relacionamento.

A Promotoria analisou 364 denúncias de tentativas de feminicídio e feminicídios consumados no estado entre março de 2016 e março de 2017. Duas em cada três vítimas de feminicídio (66%) foram mortas dentro de casa. Quase metade (48%) foi atingida por vários golpes ou tiros. Os motivos alegados pelos homens foram ciúmes, sentimento de posse e machismo.

A promotora Valéria Scarance, que coordenou o estudo, diz que a melhor maneira de evitar a morte é romper o silêncio, já que 96% das vítimas não tinham registrado boletim de ocorrência e nem contavam com medida protetiva para manter os ex-companheios afastados.

“Nenhuma mulher transforma o agressor com o seu amor. É o estado que pode transformar aquele homem. Porque aquele homem nega a violência e culpa a mulher. Daí a importância de que ela noticie a violência, que ela registre o boletim de ocorrência, que ela peça ajuda”, afirma Scarance.

Para o Ministério Público, a denúncia já é uma forma de intimidar o agressor.

Casos em 2019

Pelo menos cinco casos de feminicídio foram registrados no estado de São Paulo apenas na primeira semana de 2019:

Uma tentativa de feminicídio também foi registrada em São Paulo no dia 5 de janeiro. Um motorista de aplicativo tentou atropelar a esposa em um posto de gasolina e agrediu a vítima com empurrões e joelhadas. Ele chegou a ser preso, mas recebeu liberdade provisória.

Ana Paula Campos

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