(AFP) Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado, em várias cidades da Espanha, principalmente Madri e Barcelona, pelo Dia Internacional da Mulher, para reivindicar igualdade no mercado de trabalho e se opor à vontade do governo de restringir o direito ao aborto.
Este ano, os movimentos se concentraram na defesa dos direitos das mulheres no trabalho, em um país que registra 26% de desemprego e no qual a reforma trabalhista de 2012 complica a busca de emprego para as mães.
Carregando bandeiras e ao ritmo dos tambores, a multidão também manifestou sua rejeição ao projeto do governo conservador do Partido Popular (PP), que restringe as condições nas quais as mulheres podem abortar.
“O Dia Internacional da Mulher deste ano é especialíssimo”, disse a manifestante Angela Barrios Manjón, de 66 anos.
“A reforma trabalhista e a lei do aborto vão contra as mulheres. A direita quer que as mulheres fiquem em casa, cuidando dos seus filhos”, acrescentou.
“É a primeira vez que eu venho, mas este ano, com a reforma da lei do aborto, era mais necessário do que nunca”, afirmou Lara Rubio, de 23 anos, que foi às ruas em Barcelona.
A reforma da Lei do Aborto promovida pelo PP autoriza o aborto apenas em caso de risco para a vida, ou para a saúde física ou psicológica da mãe, ou em caso de estupro. Atualmente, a lei de 2010 autoriza o aborto nas primeiras 14 semanas de gravidez, chegando às 22 semanas em caso de malformação do feto, ou de perigo físico ou psicológico para a mãe.
Acesse o PDF: Espanha: direito ao aborto e igualdade no trabalho dominam atos pelas mulheres (AFP, 08/03/2014)