(Folha de S.Paulo) Com a divulgação dos dados pelo Incor, que revelam que o procedimento cirúrgico mais realizado no SUS entre os anos de 1995 e 2007 foi a curetagem pós-aborto, o tema da descriminalização do aborto volta a chamar a atenção da mídia.
Tema tabu para os candidatos à Presidência da República, alguns se esquivam ao serem questionados se são a favor ou contra esta descriminalização, escreve a jornalista Eliane Cantanhêde.
Ana Costa, sanitarista, doutora em ciências da saúde e autora do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, opina: “A clandestinidade atinge a ambas, pobres e ricas, mas o risco de adoecer ou morrer fica na conta das pobres. E são milhares que passam por essa situação, caracterizando mesmo um problema para a saúde pública. Por isso a necessidade de legalizar para garantir o direito de as mulheres sobreviverem ao aborto, adotado como uma solução terminal para uma gravidez indesejada”.
“O aborto é uma questão pública, o SUS é um serviço público, Serra e Dilma disputam o principal cargo público do país. Têm o dever de assumir uma posição clara e firme”, cobra a jornalista.
Leia na íntegra: O voto e o tabu, por Eliane Cantanhêde (Folha de S.Paulo – 15/07/2010)