(ONU Brasil, 17/10/2014) O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) alertou nesta quinta-feira (16) que mais de 800 mil mulheres grávidas nos países afetados pelo ebola – Libéria, Guiné e Serra Leoa – correm um grande risco devido ao impacto devastador da doença nos sistemas de saúde e nos trabalhadores de saúde.
“A realidade é que as mulheres grávidas estão enfrentando uma dupla ameaça: morrer de ebola ou durante a gravidez ou parto”, disse o diretor executivo do UNFPA, Babatunde Osotimehin, enfatizando que o ebola não está matando apenas aquelas pessoas que contraíram o vírus, mas todas as outras afetadas pela crise no setor de saúde, que correm um risco ainda maior agora que os centros de saúde estão sobrecarregados.
Nos próximos 12 meses, mulheres grávidas necessitarão de pré-natal, parto e pós-natal, além do acompanhamento obstétrico de emergência. O UNFPA ressaltou que 120 mil delas podem morrer de complicações da gravidez e do parto se os cuidados obstétricos de emergência exigidos não forem urgentemente fornecidos. “As mulheres estão desesperadas por informações e serviços que protejam a sua saúde e a dos seus bebês”, disse Osotimehin.
O UNFPA pediu urgentemente um financiamento para atender as necessidades de saúde reprodutiva das mulheres e das mães nos três países afetados pelo ebola. No momento, a agência da ONU tem 64,5 milhões dólares para este esforço nos próximos três meses.
“70% das pessoas infectadas precisam ser tratadas até dezembro”, alerta ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, nesta quinta-feira (16) reforçou o pedido do Conselho de Segurança da ONU e o chefe da Missão da ONU de Emergência para o Ebola (UNMEER), Anthony Banbury, para que a comunidade internacional haja rapidamente para garantir que pelo menos 70% de todas as pessoas infectadas com o vírus ebola recebam tratamento até 1° de Dezembro e que 70% de todos os sepultamentos ocorram sem contaminação até essa data.
Se não conseguir atingir essas metas significaria “falhar completamente” no combate ao vírus, pois a cada dia que passa o número de pessoas infectadas cresce exponencialmente, alertou o secretário-geral da ONU.
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