Governo Lula trará avanços para mulheres, ‘mas existem limites’, diz Nalu Faria, da MMM

imagem_materia

Ato Pelo Fim da Violência contra as mulheres. Foto: Mídia NInja

27 de fevereiro, 2023 Brasil de Fato Por Caroline Oliveira

Coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres vê desafios em governo inserido no capitalismo e em sociedade conservadora

A mudança de governo entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trouxe sentimentos de esperança e alívio para o movimento de mulheres no Brasil.

Um aspecto desta transformação é a presença mais expressiva de mulheres no corpo do governo: dos 37 ministros, 11 são mulheres, o que é um recorde no país, ainda que seja um número baixo. Pela primeira vez, o Ministério da Saúde tem uma mulher à frente, Nísia Trindade. Entre o eleitorado feminino, que constitui 52% do total, mais da metade votou no petista.

Ainda que esteja mais próximo das políticas defendidas pelo movimento feminista, o governo Lula existe dentro dos marcos de um Estado e de uma política historicamente hostil às mulheres e massivamente ocupada por homens. Não à toa, o número baixo de mulheres nos ministérios é um recorde.

Nalu Faria, coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres (MMM) no Brasil, acredita que as limitações e as contradições do governo Lula estarão presentes em todos os campos, não apenas nas políticas direcionadas às mulheres.

“De um lado, existe o reconhecimento de que é um governo que nos traz a esperança e que resgata a possibilidade de mudança, de participação popular e de diálogo com os movimentos. Mas, ao mesmo tempo, é um governo com as suas contradições, devido à correlação de forças na sociedade, à própria composição do governo e ao que significa hoje um governo com visão de transformação nos marcos do capitalismo”, afirma Faria.

A superação desse quadro, acredita a coordenadora do MMM, só pode vir da capacidade do movimento em mobilizar a sociedade. As portas desse caminho podem ser abertas a partir da defesa de políticas transversais a todos e todas, mas que impactam mais diretamente a vida das mulheres, como é o caso do aumento do salário mínimo. “Com certeza nós teremos avanços, mas também limites”, afirma.

Acesse a matéria completa no site de origem.

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas