(Outras Mídias| 03/03/2022 | Por Walnice Nogueira Galvão no A Terra é Redonda)
Quem ouve a bela e animada canção que Rita Lee e Zélia Duncan dedicaram a Pagu fica cogitando quem seria essa pessoa – rainha dos palanques e paladina das mulheres que gastam as mãos lavando roupa – a merecer tamanha homenagem.
É que um bom tempo se passou antes que Pagu (Patrícia Galvão, 1910-1962) começasse a ser retirada do ostracismo em que mergulhou durante décadas. A renovação do interesse por esta grande libertária data de poucos anos, quando começaram a ser publicados vários de seus inéditos. Vieram à luz as suas memórias incompletas; o álbum de 1929; os croquis; os contos policiais estampados em 1944 na revista Detetive, dirigida por Nelson Rodrigues; e a edição fac-similar de O homem do povo, jornal que produziu junto com Oswald de Andrade.
Uma tardia e crescente popularidade acarretou estudos críticos, reedições, fundação de centros culturais e de pesquisa, filmes de ficção, documentários, espetáculos teatrais, programas de televisão, nomes de revistas e de escolas, canções, enredos de desfile de carnaval. E também, uma exposição mais do que completa no Museu Lasar Segall.
Um levantamento de seus muitos pseudônimos inclui, afora Pagu, Mara Lobo, Pat, Pt, Ariel, Patsy, Gim, Solange Sohl, Peste. Entre outras instâncias, a Universidade Estadual de Campinas abriu um centro de pesquisa sobre gênero que leva seu nome; e edita a revista Cadernos Pagu.