Amazonas é o Estado que tem mais mulheres eleitoras, no Norte

18 de setembro, 2016

Mais da metade do colégio eleitoral amazonense é feminino, somando mais de 51% do total de eleitores

Amazonas é o Estado da Região Norte com o maior percentual de mulheres no total de eleitores, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No Estado, as mulheres totalizam 1.185.868 eleitoras, representando 51,1% do total. O número de homens votantes é 1.134.335 (48,9%), segundo a Justiça Eleitoral.

(D24am, 18/09/2016 – Acesse no site de origem)

A eleição deste ano, segundo o TSE, será a primeira em que o eleitorado feminino é maior do que o masculino em todos os Estados. Desde 2000, o número de mulheres com título de eleitor é superior ao de homens. Mas, antes, essa tendência variava de Estado para Estado. Agora, nas eleições de 2016, é a primeira vez que a superioridade de mulheres com título é verificada em todos os Estados, de acordo com o tribunal.

Leia mais: Mulheres representam apenas 31% dos candidatos nas eleições do PA (G1/Pará, 16/09/2016)

No Acre, as mulheres eleitoras representam 51% dos votantes (271.850) e, os homens, 49% (260.598). A menor diferença entre os Estados da Região Norte aparece com o eleitorado do Tocantins, em que as mulheres são 50,03% (518.938) dos eleitores e, os homens, 49,97% (518.125).

Em comparação com os demais Estados do País, o Amazonas é o 18º em percentual de eleitoras. O Rio de Janeiro é onde as mulheres representam o maior percentual de eleitores, 53,48%.

Escolaridades

No Amazonas, as mulheres com título eleitoral possuem baixa escolaridade, segundo o TSE: 42% das eleitoras declararam ter estudado até o Ensino Fundamental e 9,7% afirmaram ter concluído o Ensino Superior.

O maior número de mulheres eleitores no Estado está na faixa etária entre 30 a 34 anos. Elas são 153.166, o que representa 12% do total de mulheres aptas a votar.

Ainda segundo a Justiça Eleitoral, no Amazonas, as mulheres também têm maior interesse em participar da eleição antes da idade obrigatória. As jovens entre 16 e 17 anos com título de eleitor totalizam 32.654, o que representa 50,54% dos eleitores desta faixa etária.

Em Manaus, o percentual das mulheres no eleitorado é de 52,96%. Na capital, há 665.730 mulheres aptas a votar. Os homens são 591.399 eleitores, 47,04% do total.

Entre as eleitoras de Manaus, 25,48% estudaram até o Ensino Fundamental e 15,2% possuem o Ensino Superior completo.

Para a filósofa Jacira Melo, diretora-executiva do Instituto Patrícia Galvão, de São Paulo, entidade especialista em defesa dos direito das mulheres, o eleitorado feminino têm características próprias. “As mulheres têm muito claro que o processo eleitoral tem a ver com os serviços públicos das cidades. Elas orientam seu voto a partir de demandas para a cidade, seja na área da saúde, especificamente, da educação, saneamento básico. Agora, se por um lado temos esta percepção, esta vocação para definir o voto, nós não temos tido dos candidatos e candidatas um mensagem eleitoral que considere esta emergência nestes serviços. As mulheres não querem pirotecnia, querem mensagem concretas que têm as ver com o conjunto destas necessidade. Se percebe muito como o candidato elabora sua mensagem eleitoral numa linguagem de marketing, principalmente nesta campanha que é muito curta”, disse Jacira.

Para a filósofa, os candidatos não estão sabendo se comunicar com as mulheres. “As campanhas são muito em função de uma marca, qual a marca desta candidatura, qual a marca daquela candidatura. Falta realmente o diálogo com os eleitores e, principalmente, com as eleitoras que querem ouvir coisas muito concretas”, afirmou.

Segundo Silvia Rita Souza, a assessora especial da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, a mulher é mais cuidadosa com o voto. “Geralmente as mulheres demoram mais para decidir em quem votar e este voto é decidido, normalmente, nos três últimos dias ou na última semana antes da eleição. Eu penso, é uma coisa da minha impressão, que elas analisam mais as opções e as propostas devem estar mais voltadas a questão da família, tem que estar voltada para atingir imediatamente a família. Desta forma, se consegue mais rapidamente o voto da mulher”, disse.

De acordo com Sílvia, nas próximas eleições a tendência é aumentar o número de candidatas mulheres que, atualmente, representam 32% dos candidatos em todo o País (30% no Amazonas). “A mulher entrou na política há pouco tempo, votamos há 80 anos só, somos muito iniciantes. Então, há uma cultura de política masculina muito mais forte. Mas eu acredito que a participação das mulheres vai aumentar”, disse.

Álisson Castro

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