Apesar de termos a maioria dos eleitores do sexo feminino, no parlamento elas são minoria
(Portal O Dia, 12/12/2016 – acesse no site de origem)
Empoderamento. No dicionário, a palavra quer dizer “ação social coletiva de participar de debates que visam potencializar a conscientização civil sobre os direitos sociais e civis”. Nos últimos tempos, tem sido muito utilizada para falar das conquistas das mulheres nos últimos anos, sobretudo a participação em debates políticos. Contudo, as eleições municipais deste ano revelam um dado desanimador: em 35 cidades piauienses, os eleitores que foram às urnas, ignoraram a importância da mulher na política e não elegeu nenhum representante do segmento para as Câmaras Municipais.
O dado choca, sobretudo porque temos, não só um maior número de mulheres no país, mas também o maior número de eleitores do sexo feminino. A situação se repete no Piauí. Segundo dados da Justiça Eleitoral, 51,5% do eleitorado piauiense é de mulheres. Nem mesmo em municípios grandes do Estado, como Bom Jesus, Esperantina e Oeiras, não teremos mulheres no legislativo a partir de primeiro de janeiro. A não ser que, nos acordos políticos, os prefeitos eleitos decidam convocar vereadores para assumirem cargos no primeiro escalão dos Governos, possibilitando a abertura de uma cadeira para mulheres suplentes.
Quando se trata de representação feminina na política, o Brasil ocupa apenas 121ª posição no ranking mundial. Em 2014, tivemos um avanço no Estado. O Piauí não só reelegeu uma mulher para a presidência da República, como elegeu a primeira vice-governadora, Margarete Coelho (PP), para o Governo do Estado. A bancada feminina no legislativo da capital, por exemplo, era de seis vereadoras.
Nos últimos anos, com a intenção de equilibrar o jogo em relação à igualdade de gênero no Parlamento e ampliar a participação da mulher na política, as instituições travavam amplos debates e campanhas para que as mesmas se interessassem em entrar na disputa. O próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou campanhas educativas “Mulheres na Política” para aumentar a participação feminina. Apesar disso, do total de candidatos, apenas 32% foram do sexo feminino. A legislação eleitoral também estabelece que pelo menos 30% das vagas reservadas na coligação sejam para o sexo feminino.
Mayara Martins