Relatório sobre Migrações Mundiais 2024 da ONU comprovou persistência do estereótipo: “estigmatizando como prostitutas e levando a riscos de assédio sexual e violência de gênero”
Brasileiras em Portugal rebatem a discriminação pelo estigma sexual que persiste no país, segundo comprovou o Relatório sobre Migrações Mundiais 2024 da ONU.
“Os estereótipos da hipersexualidade das mulheres nos países de destino também afetaram as mulheres migrantes, como as venezuelanas no Peru e as brasileiras em Portugal, estigmatizando-as como prostitutas e levando a riscos acrescidos de sofrerem assédio sexual e violência de gênero”, alertou o documento da ONU.
Organizadora da coletânea de textos “Volta para a tua terra”, a pesquisadora e escritora Manuella Bezerra de Melo pede atenção ao alerta da ONU e faz questão de deixar claro.
— Não somos mercadoria — disse ela, explicando a origem do estereótipo:
— Mas somos mercadorizadas, tratadas como produto de mercado desde o projeto colonial até hoje, onde ainda seguimos sendo mulheres da periferia do sistema.
Uma das maneiras de erradicar o estigma, segundo Melo, é a reparação histórica dos crimes coloniais. O tema virou debate em Portugal, mas está distante de acontecer.