O número de denúncias no ano passado revela que cerca de 44 mulheres sofreram algum tipo de agressão por dia. Para o secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Danilo, um dos elementos para o aumento dos registros está relacionado à redução da subnotificação
(Correio Braziliense | 06/02/2022 | Por Uirá Machado)
Em 2021, houve o segundo maior número de denúncias registradas por violência doméstica nos últimos 12 anos, com 16.327 casos, menor apenas que em 2019 (16.861). Os dados foram obtidos em primeira mão pelo Correio, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF). À reportagem, o secretário da pasta, Júlio Danilo, explica que o aumento dos registros está relacionado à redução da subnotificação desses crimes e, de certa forma, ao crescimento populacional.
O número total de denúncias no ano passado, mostra que, em média, cerca de 44 mulheres sofreram algum tipo de agressão por dia, seja ela física, psicológica, sexual ou patrimonial. Com base na série histórica, 2010 foi o ano com o menor quantitativo de ocorrências criminais desse tipo, com 10.858 casos.
No topo do ranking dos tipos de incidência de violência relacionadas à Lei Maria da Penha, no DF, em 2021, 87,7% das vítimas sofreram agressões moral ou psicológica, o que inclui injúria, ameaça, difamação, perturbação da tranquilidade e stalking. Foi o caso de Ana Cristina. Em janeiro deste ano, ela registrou boletim de ocorrência contra o ex-genro por ameaça e solicitou medidas protetivas. Na decisão, a Justiça proibiu o homem de se aproximar da ex-sogra, determinou o limite mínimo de distância em 500 metros e proibiu o contato dele com a mulher por qualquer meio de comunicação ou intermédio de terceiros.