Para Maria Claudia Lordello, psicóloga e sexóloga da Unifesp, violência contra a mulher continuaria ocorrendo mesmo se pulseiras coloridas não existissem; a maioria das jovens usam porque são bonitas e não pela conotação sexual. Na opinião da psicóloga. as pulseiras são apenas uma desculpa dos agressores para cometer a violência e proibi-las, como foi feito em Londrina/PR, não resolve o problema.
Saiba mais: Proibição da ‘pulseira do sexo’ gera polêmica (Portal G1 – 04/04/2010)
A seguir, trechos da entrevista concedida à Folha de S.Paulo pela sexóloga Maria Claudia Lordello:
“As pulseiras não são o problema. Elas estão sendo usadas para justificar uma questão anterior, que é a falta de limites. A questão do estupro está muito mais relacionada com a falta de respeito em relação à mulher. Se não fosse a pulseirinha, o crime seria cometido por outro motivo.”
“A maior parte das jovens não utiliza as pulseirinhas com essa conotação sexual. Usam porque é bonita esteticamente.”
“Proibir o uso da pulseira não vai adiantar. O problema tem relação com a informação que esses jovens estão recebendo. A educação sexual tem que acontecer dentro de casa. Há uma falta de vigilância em relação aos filhos, de como eles se comportam fora de casa. O jovem naturalmente tem curiosidade, quer se arriscar. Hoje a gente vive uma liberdade maior e a educação do filho é mais complicada, exige uma abertura maior dos pais principalmente em relação à questão sexual.”
“Seria necessária uma solução a longo prazo, um investimento por parte do Estado em educação sexual.”
Acesse a entrevista na íntegra e também: Polícia do AM pede proibição do uso de acessório (Folha de S.Paulo – 06/04/2010)
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