(G1| 03/05/2021 | Marília Marques)
O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), aponta que mulheres negras e de baixa renda são a maioria das vítimas de assassinatos por questões de gênero na capital do país. O documento, divulgado nesta segunda-feira (3), analisou processos dos anos de 2016, 2018, 2019 e 2020.
A CPI teve acesso a 90 processos, de feminicídios (37) e tentativas de feminicídio (53), 72 deles autuados apenas nos últimos dois anos. Os documentos mostram que, entre os casos em que haviam informações sobre cor/raça, 79% (39) das vítimas se autodeclaravam pretas e pardas (negras) e 20% (10) eram mulheres brancas.
Em relação à faixa etária, notou-se que 53% das vítimas de feminicídio (tentado ou consumado) eram mulheres com idades entre 30 e 49 anos, 38% jovens entre 18 e 29 e 7% mulheres com 50 ou mais.
Além disso, os dados indicaram que a maioria, 10% (9 mulheres), era donas de casa; outras 7,7% (7) eram estudantes, 7,7% (7) estavam desempregadas; 5,5% (5) eram empregadas domésticas e 2,2% (2), comerciantes.
O documento concluiu, portanto, segundo o relator da comissão, deputado Fábio Félix (Psol), que “faltam orçamento para políticas públicas e protocolo de atendimento às vítimas” na capital do país (veja mais abaixo propostas apresentadas).