No dia 28 de março, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o Brasil se posicionou contra a ideia de “família tradicional” defendida por alguns países. Não se trata apenas de combater a discriminação contra a comunidade LGBTQI+, mas de constatar uma verdade objetiva: a configuração da família brasileira é diversa e se transformou nas últimas décadas. Em 2021, 9 mil casais homoafetivos se casaram – mais que o dobro que em 2013. A taxa de natalidade, enquanto isso, tem caído de forma constante: o número de nascimentos registrados em 2021 foi o menor da série histórica. Aumentou a média de idade com que uma mulher se torna mãe, e os divórcios têm acontecido em menos tempo do que antigamente. O =igualdades desta semana mostra, com dados, as mudanças pelas quais passaram as famílias brasileiras.
O STF reconheceu, em 2011, a possibilidade de uniões estáveis homoafetivas. Só em 2013, no entanto, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) fez com que os cartórios fossem obrigados a aceitar casamentos gays. Desde então, as uniões desse tipo vem crescendo a cada ano. Em 2013, foram registrados 3,7 mil casamentos homoafetivos; no ano seguinte, 4,8 mil. Já nos últimos anos, a média tem sido em torno de 9 mil. Proporcionalmente, é pouco: os casamentos homoafetivos são apenas 1% do total de casamentos no Brasil.
As uniões entre mulheres representam 61% do total de casamentos homoafetivos no Brasil. Em 2021, foram registrados 5,6 mil matrimônios entre mulheres e 3,6 mil entre homens. O IBGE também analisou a idade média desses casais: entre os homens, 34 anos; entre as mulheres, 33. É uma média superior à dos casamentos heteroafetivos, em que os homens têm, em média, 31 anos, e as mulheres, 28.