Nome fundamental dos movimentos negro e feminista no país, filósofa de 71 anos é celebrada em exposição no Itaú Cultural
(O Globo | 28/08/2021 | Por Leda Antunes)
Há mais de três décadas, a filósofa e ativista Sueli Carneiro, de 71 anos, tem sido nome fundamental do feminismo negro brasileiro. Nascida no bairro da Lapa, em São Paulo, pertencente à geração que criou o Movimento Negro Unificado, ela foi uma das primeiras vozes a defender os recortes de gênero, raça e classe nos debates.
Autora de “Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil”, Carneiro fundou, em 1988, o Geledés – Instituto da Mulher Negra, onde coloca em prática sua visão de intelectual e militante. Este ano, sua trajetória foi contada na biografia “Continuo preta” (Ed. Companhia das Letras), escrita pela jornalista Bianca Santana, e agora é celebrada na Ocupação Sueli Carneiro, com mais de 140 itens, que o Itaú Cultural inaugura este fim de semana na capital paulista.
Em rara entrevista, ela reflete sobre sua história, o feminismo negro e a atuação da Fundação Cultural Palmares sob o governo Bolsonaro: “Não importa o tempo que será necessário, faremos Palmares de novo”.