(O Globo| 25/02/2022 | Por Arthur Leal)
Ameaça, opressão, medo dentro da própria casa. As violências sofridas pelas mulheres ambientalistas, muitas vezes líderes comunitárias e defensoras de terra na Amazônia Legal, se multiplicam. Uma pesquisa do Instituto Igarapé com 125 ativistas mostra que oito em cada 10 afirmam já terem sofrido algum tipo de ataque por sua atuação. Muitas vezes, vem do próprio companheiro. Em vários casos, termina em ameaças, agressões e morte. De 2012 a 2020, 48 foram assassinadas por pistoleiros, segundo a Comissão Pastoral da Terra.
Na semana passada, a líder da Liga dos Camponeses Pobres, Ilma Rodrigues dos Santos, de 45 anos, foi morta com o marido, Edson Lima Rodrigues, de 43, numa estrada a 200 quilômetros de Porto Velho. Atuavam em um acampamento na região da fazenda Nova Brasil. O carro de ambos foi incendiado com os corpos ao lado.
O Igarapé ouviu ativistas que já sofreram ou testemunharam violências, e precisaram deixar suas terras ou fazem parte de programas de proteção governamentais, no Acre, Amazonas, Maranhão, Pará e Roraima.